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Agora, vamos explorar alguns pontos de relevância para uma comunidade local do Rio de Janeiro. Clique nos pontos marcados no mapa para saber mais sobre a cartografia social e seus conceitos.
Clique nos pontos marcados com o botão para saber mais sobre a cartografia social e seus conceitos.
Os territórios turísticos são estruturados com foco no pertencimento e significância emocional. Entendemos que lugares de importância afetiva são aqueles que carregam valor simbólico para os moradores e consequente para os visitantes. Eles podem ser os mais diversos espaços de vivências compartilhadas, locais de festas populares, eventos tradicionais, praças e monumentos que despertam memórias e identidade cultural. Isso ocorre não apenas pelo valor estético, mas também por sua capacidade de gerar vínculos emocionais . Do ponto de vista turístico esses espaços são de extrema importância, pois são o ponto de encontro que conecta o viajante à comunidade local.
O método de mapeamento realizado na cartografia social, realiza um levantamento dos lugares de maior importância afetiva, tem como objetivo identificar as memórias, sentimentos e histórias dos indivíduos em relação ao território que habitam. Nesse processo, a comunidade e agentes envolvidos passam a perceber os valores e significados do espaço além da estrutura física.
Como exemplo, observe as comunidades tradicionais, quilombolas e povos indígenas. Essas comunidades têm uma relação muito afetiva com os espaços, que transcendem sua importância material. Dentro desses territórios, uma simples árvore pode representar um espaço ritualístico, um ponto de encontro onde a comunidade se reúne para debater sobre os problemas existentes ou simplesmente contar histórias. Ainda uma residência pode ganhar destaque por ser a casa de uma benzedeira que promove curas. Dito isso, torna-se evidente que a construção desse mapeamento só é possível através da escuta da comunidade, permitindo que apontem os locais de maior valor afetivo e relevantes que formam a identidade local.
O mapeamento afetivo e social nos ajuda a compreender a importância da manutenção e conservação desses territórios, frente aos desafios do desenvolvimento acelerado das cidades. Como os frequentes casos onde a especulação imobiliária, que muitas vezes adquire esses espaços de comunidades tradicionais para construção de grandes empreendimentos, apagando a identidade cultural ali existente.
Entre as estratégias de defesa desses territórios está o decreto 4887/2003, que regulamenta o procedimento de identificar, reconhecer, delimitar, demarcar e também titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas.
A construção do mapeamento afetivo deve conciliar a participação dos moradores e especialistas, assim, reunindo os saberes empíricos e técnicos por meio de oficinas, reuniões e debates. Essa ferramenta é mais do que uma mapa, ela reforça o pertencimento.
Espaços de sociabilidade são locais onde as pessoas interagem, espaços de convivência comuns a quem vive na comunidade, onde os moradores constroem laços sociais com aqueles que compartilham o espaço e com o próprio espaço, através de trocas culturais e afetivas.
Dentro dos destinos turísticos, esses locais podem ser públicos ao ar livre onde as pessoas se reúnem para lazer, eventos culturais ou encontros casuais. Pense em
espaços como mercados e feiras são importantes para a troca cultural, permitindo que turistas e visitantes se encontrem, conversem e conheçam produtos locais. Ou ainda, bares e cafés que apresentam uma relevância cultural única pelo ambiente e culinária tradicional.
Os eventos e festividades, embora temporários, são igualmente importantes. Neles a cultura local e as tradições ganham destaque. Eles atraem milhares de visitantes, que através do evento vivenciam uma imersão na cultura local.
Para o turismo, esses espaços desempenham um papel crucial, pois eles incentivam a hospitalidade, propiciam interações autênticas, contribuem para a preservação das tradições e práticas culturais, além de fortalecer identidade local.
Os indivíduos são a essência de uma cidade. Ao viajar nos deparamos com locais, atividades e pessoas que em si concentram elevado grau de atratividade. Com o método de mapeamento afetivo, podemos descobrir quem são as pessoas e quais suas as vivências naquele espaço.
Também, dentro destas comunidades, vamos perceber papéis de liderança bem demarcados, pessoas que lutam pelos direitos da comunidade, pela preservação da cultura, mas especialmente pela união entre os moradores.
Por esse motivo, as lideranças locais são atores fundamentais na mediação entre as comunidades e o desenvolvimento turístico. Muitas vezes, atuam como facilitadores do turismo comunitário, promovendo a cultura e instigando a participação ativa da comunidade no planejamento e desenvolvimento do destino.
Além disso, essas lideranças têm domínio de conhecimento sobre o território, por esse motivo é comum que exerçam o papel de mediadores entre a comunidade e os visitantes. O que é extremamente benéfico para turismo, pois propicia ao turista uma maior compreensão dos valores e uma experiência autêntica.
A infraestrutura de serviços públicos e comunitários são de extrema importância para a cidade e seus moradores. Logo devem ser mensurados na cartografia social. Equipamentos como hospitais, escolas, centros comunitários e outros serviços são componentes importantes para o bem-estar da população local.
Neste caso, é importante salientar que para desenvolver um turismo de qualidade, é preciso primeiramente uma cidade boa para os moradores. Sendo assim, é crucial garantir que o desenvolvimento turístico não sobrecarregue os recursos disponíveis. A integração desses serviços ao planejamento turístico garante um crescimento equilibrado e sustentável.