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A profissão de guia de turismo envolve uma ampla gama de atribuições que, ao contrário do que muitos pensam, vão além de simplesmente acompanhar turistas em seus passeios. Esses profissionais são responsáveis por proporcionar experiências enriquecedoras, oferecendo informações detalhadas sobre locais visitados, cultura, história, geografia e peculiaridades de cada destino. Ou seja, o guia de turismo atua como facilitador da interação entre os turistas e as comunidades locais, promovendo um turismo sustentável e responsável.
Viagens locais e regionais, por exemplo, exigem do profissional um profundo conhecimento sobre o contexto histórico da região e suas características naturais, além da compreensão dos costumes e das tradições da comunidade local. Nesses casos, o guia desempenha o papel de conector cultural, apresentando a identidade da região e oferecendo detalhes que enriquecem a experiência dos turistas. Em viagens nacionais, o guia de turismo deve ter uma visão ampla e diversificada sobre o país, já que será necessário transitar por regiões com costumes, clima e características culturais distintas. Um guia que atua nesse tipo de viagem deve ter conhecimentos gerais sobre o patrimônio cultural, histórico e natural do Brasil, além de estar preparado para adaptar sua abordagem conforme a diversidade dos públicos atendidos.
Em viagens internacionais, as exigências aumentam. O guia que trabalha fora de seu país de origem deve ter um conhecimento sobre as leis locais, sistemas de transporte, idiomas estrangeiros e, até mesmo, diferenças culturais e comportamentais. Competências como fluência em idiomas, habilidades interpessoais e sensibilidade cultural são fundamentais para que o guia possa mediar possíveis diferenças e facilitar a interação entre os turistas e a cultura local. Além disso, é importante estar preparado para lidar com imprevistos e manter a segurança dos grupos em territórios desconhecidos.
Nesse sentido, o perfil profissional do guia de turismo deve ser multifacetado, unindo habilidades técnicas e comportamentais. Entre as competências essenciais, além das já mencionadas, destacam-se comunicar-se de maneira clara e eficaz, ter empatia, conhecimento cultural e histórico, flexibilidade para lidar com diferentes públicos e situações e capacidade de resolução de problemas. Além disso, é imprescindível que o guia seja organizado, saiba gerir o tempo e seus itinerários, seja ético e respeite as normas da profissão e o bem-estar dos turistas.
Assim, neste material, serão exploradas as atribuições que compõem o trabalho do guia de turismo, detalhando suas responsabilidades durante a execução das atividades profissionais. Será apresentado um panorama histórico sobre o surgimento da profissão, destacando como ela evoluiu ao longo do tempo. Além disso, serão abordadas as diferentes formas de atuação no setor turístico, incluindo tipos de serviços oferecidos, valores de remuneração e possibilidades de especialização no turismo cultural e natural. O objetivo é fornecer uma visão abrangente sobre o papel do guia de turismo e as oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional na área.
Engana-se quem pensa que a profissão de guia de turismo surgiu nos tempos modernos com locomotivas, aviões e excursões rodoviárias. Na verdade, a profissão de guia de turismo pode ser entendida como um reflexo das mudanças sociais, culturais e econômicas ao longo do tempo.
Ela surge na Antiguidade, quando os guias eram fundamentais, inicialmente para fins militares, orientando exércitos em territórios desconhecidos. Com o tempo, a função foi se moldando, passando a servir viajantes e peregrinos, como na Idade Média, quando as peregrinações religiosas exigiam guias que transmitissem informações sobre as regiões visitadas e os abrigos disponíveis nas rotas percorridas (Rejowski, 2002).
Com o surgimento das Grand Tours, entre os séculos XVII e XVIII, destinadas à formação da elite europeia, segundo Rejowski (2002), os guias de turismo se consolidaram como profissionais especializados em fornecer informações detalhadas sobre arte, cultura e história. Esses guias atuavam como verdadeiros educadores, ajudando os jovens nobres a entenderem e apreciarem os aspectos culturais das cidades visitadas. Dessa forma, a função do guia de turismo foi se expandindo, deixando de ser apenas um orientador logístico e assumindo um papel educacional e cultural.
Na primeira metade do século XIX, o turismo começou a tomar uma forma mais parecida com a atual. Thomas Cook, considerado o “pai do turismo moderno”, organizou as primeiras excursões de lazer e religiosas, incluindo sua esposa como guia e figura central na experiência dos viajantes. Nesse período, a guia não só orientava o grupo, mas também mediava as interações com as culturas locais, sendo uma intermediária entre o visitante e os atrativos históricos e naturais, papel que continua essencial até hoje (Urry, 2001).
No Brasil, o desenvolvimento da profissão seguiu uma trajetória distinta. No início, a atividade de guia era desempenhada de forma espontânea por moradores locais que conheciam bem a região, sem a exigência de formação específica. Foi somente a partir da década de 1960 que os primeiros cursos começaram a ser oferecidos, com o Senac pioneiro na formação técnica de guias (Montes, 2013). A regulamentação veio em 1993, com a Lei nº 8.623 (atualizada pela Portaria MTur nº 37/2021), que estabeleceu a necessidade de qualificação formal para o exercício da profissão, categorizando os guias em diferentes especialidades.
A criação da lei que regulamenta a profissão de guia de turismo no Brasil foi um marco importante para o setor, estabelecendo normas e requisitos para o exercício da atividade e reconhecendo o papel desse profissional na valorização do turismo. Com a regulamentação, ficou estabelecida a necessidade de formação técnica específica para a atuação como guia, o que assegura que o profissional tenha conhecimentos aprofundados sobre história, geografia, cultura e habilidades para gerenciar grupos. A exigência de qualificação formal também visa garantir a qualidade dos serviços prestados, contribuindo para a segurança e a satisfação dos visitantes e fortalecendo o turismo como uma atividade profissionalizada e de impacto positivo na economia e na imagem do país.
A evolução da profissão de guia de turismo está intimamente ligada à profissionalização do setor turístico como um todo. A figura do guia, antigamente vista de forma amadora e improvisada, hoje é reconhecida como essencial para o desenvolvimento do turismo sustentável, promovendo a preservação cultural e ambiental das regiões. A regulamentação da profissão e a criação de cursos técnicos são marcos importantes nesse processo de profissionalização, garantindo que o turismo seja uma atividade não só econômica, mas também educativa e cultural.
Com a regulamentação da profissão, os moldes de atuação do profissional guia de turismo foram estabelecidos. De acordo com a Lei n° 8.623/9 (atualizada pela Portaria MTur nº 37/2021), os guias de turismo são classificados como:
Para saber mais sobre as leis relacionadas à sua atuação profissional, consulte o material sobre “Legislação estadual, municipal ou federal” do guia de turismo.
Para começar, conheça as atribuições do guia regional, que compreendem atividades de recepção, acompanhamento, prestação de informações turísticas e assistência a turistas, em roteiros locais ou intermunicipais da unidade da federação a qual você recebeu a sua formação técnica. De acordo com Chimenti (2013), as atribuições de guia regional se dividem em dois perfis principais, são eles:
Em geral, esse perfil de profissional reside no local de saída da excursão ou arredores. Esse tipo de guia pode entrar em contato com o grupo antes da viagem, em reuniões preliminares, ou, o mais comum, apenas no momento do embarque. Ele será o responsável por todas as etapas da viagem, como embarque, procedimentos de bordo, condução e explicação dos locais visitados no roteiro. O guia de excursão acompanha o grupo desde sua saída, durante todo o percurso e a duração da viagem, hospedando-se na localidade visitada, geralmente no mesmo local do grupo, retornando junto no encerramento da viagem.
Comumente, esse profissional mora na cidade que está sendo visitada pelos viajantes, e o serviço será prestado nessa mesma cidade. Ele entra em contato com o grupo no momento de sua chegada ao destino, podendo ser no aeroporto, no hotel que o grupo estiver hospedado ou em algum atrativo previsto na programação. Poderá prestar serviços específicos, como city tour, passeio de escuna, caminhada em ambiente natural, entre outros. Ele não se hospeda com os turistas, pois reside na cidade visitada – exceto quando há solicitação específica para isso – separando-se do grupo no instante de sua saída da localidade.
Em geral, esse perfil de profissional reside no local de saída da excursão ou arredores. Esse tipo de guia pode entrar em contato com o grupo antes da viagem, em reuniões preliminares, ou, o mais comum, apenas no momento do embarque. Ele será o responsável por todas as etapas da viagem, como embarque, procedimentos de bordo, condução e explicação dos locais visitados no roteiro. O guia de excursão acompanha o grupo desde sua saída, durante todo o percurso e a duração da viagem, hospedando-se na localidade visitada, geralmente no mesmo local do grupo, retornando junto no encerramento da viagem.
Comumente, esse profissional mora na cidade que está sendo visitada pelos viajantes, e o serviço será prestado nessa mesma cidade. Ele entra em contato com o grupo no momento de sua chegada ao destino, podendo ser no aeroporto, no hotel que o grupo estiver hospedado ou em algum atrativo previsto na programação. Poderá prestar serviços específicos, como city tour, passeio de escuna, caminhada em ambiente natural, entre outros. Ele não se hospeda com os turistas, pois reside na cidade visitada – exceto quando há solicitação específica para isso – separando-se do grupo no instante de sua saída da localidade.
Nesse sentido, é importante ficar atento à escolha do seu polo de apoio do Senac, onde você fez a sua matrícula para o curso, pois ele definirá sua atribuição regional. Por exemplo, se o seu polo de apoio do Senac estiver localizado na cidade de Recife/PE, no final do curso, você receberá seu certificado de conclusão como guia regional de Pernambuco, pois seu polo está localizado nessa unidade federativa.
Em suas atribuições de guia regional, é possível obter a certificação de guia especializado em atrativo natural ou cultural, que trata de prestação de informações técnico-especializadas sobre determinado tipo de atrativo, na unidade da federação onde você recebeu a sua formação de guia. Dessa forma, você poderá participar de editais do Ministério do Turismo que ofereçam a formação ou comprovar o conhecimento em determinado segmento do turismo, natural ou cultural, por meio de certificado de curso e formações complementares.
As atribuições do guia de excursão nacional ou internacional consistem em acompanhar os turistas nos traslados interestaduais ou internacionais e dar assistência a eles em procedimentos de bordo, despacho de bagagens e acomodação em meios de hospedagem. Nesse sentido, o papel do guia será de caráter técnico e administrativo da programação, representando a agência de turismo. Isso significa que você será responsável pelo cumprimento das atividades previstas na programação, auxiliará o grupo junto aos fornecedores turísticos e dará todo o suporte relacionada a dúvidas e ao consumo dos serviços previstos no roteiro de viagem. É importante destacar que um guia de excursão nacional não está apto a realizar as atribuições de um guia regional, ou seja, ele não pode conduzir os turistas nos atrativos naquele estado.
Um guia nacional que sai do Rio de Janeiro/RJ e vai para Salvador/BA não pode, ele mesmo, visitar e conduzir seus turistas aos atrativos locais. Devendo, portanto, contratar um guia regional da Bahia para isso. No caso desse mesmo guia sair da cidade do Rio de Janeiro e ir a Búzios, também no Rio de Janeiro, com formação de guia regional e nacional, ele poderá guiar em Búzios, por ser da mesma Unidade da Federação onde ele atua.
O mesmo princípio é usado em viagens internacionais. Ao chegar ao país de destino do roteiro, é recomendada a contratação de um guia de turismo da localidade, respeitando suas normas vigentes.
É importante não confundir guia de turismo com guia turístico! A mídia e boa parte das bibliografias encontradas no mercado confundem esses dois termos, e não fazem distinção entre eles. No entanto, é importante diferenciar essa nomenclatura.
Guia turístico: é um manual de informação turística destinada à divulgação do turismo. Portanto, é um objeto, livro, catálogo ou publicação.
Guia de turismo: é o profissional, uma pessoa capacitada para acompanhar, orientar e transmitir informações turísticas a pessoas ou grupos.
É importante também diferenciar a profissão de guia de turismo de outras ocupações do setor. A exemplo o trabalho de condutor de visitantes em unidades de conservação federais, estaduais e municipais. De acordo com a Lei n° 8.623/93 (atualizada pela Portaria MTur nº 37/2021), o Artigo 8, § 1º define:
Considera-se Condutor de Visitantes em unidades de conservação o profissional que recebe capacitação específica para atuar em determinada unidade, cadastrado no órgão gestor, e com a atribuição de conduzir visitantes em espaços naturais e/ou áreas legalmente protegidas, apresentando conhecimentos ecológicos vivenciais, específicos da localidade em que atua, estando permitido conduzir apenas nos limites desta área.
Ou seja, o trabalho de condutor de visitantes restringe-se única e exclusivamente à unidade de conservação onde o profissional recebeu sua formação. Nesse caso, condutores de turismo não podem acompanhar pessoas ou grupos em locais fora dos limites da unidade de conservação. O inverso também ocorre, pois quando determinada unidade de conservação, por meio do seu plano de manejo, exigir a presença do condutor de visitantes, o profissional guia de turismo não poderá conduzir o grupo naquele espaço sem a presença do condutor de visitantes. Lembre-se de que esse é o profissional qualificado para acompanhar o grupo naquele espaço, pois ele tem o conhecimento sobre o ambiente natural, bem como sobre os riscos e os perigos que as atividades envolvem, tanto para os visitantes como para a conservação do meio ambiente. Sendo assim, é importante verificar as normas e as regras de visitação das unidades de conservação que serão visitadas.
Nada impede que o profissional guia de turismo realize a formação de condutor de visitantes na unidade de conservação que possui interesse em trabalhar. Isso também vale para o condutor de visitantes que deseja realizar o curso de guia de turismo para obter a certificação. Para receber a formação de condutor de visitantes, é importante acompanhar o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) para as chamadas de formação de condutores.
Outro caso semelhante é sobre a atuação do monitor de turismo. O Artigo 8, § 2º, da Lei n° 8.623/93 (atualizado pela Portaria MTur nº 37/2021), define:
Considera-se Monitor de Turismo a pessoa que atua na condução e monitoramento de visitantes e turistas em locais de interesse cultural existentes no município, tais como museus, monumentos e prédios históricos, desenvolvendo atividades interpretativas fundamentadas na história e memória local, contribuindo para a valorização e conservação do patrimônio histórico existente, não sendo permitido ao Monitor de Turismo a condução de visitantes fora dos limites do respectivo local.
Nesse caso, assim como o condutor de visitantes possui habilitação para conduzir pessoas apenas nos limites de sua unidade de conservação, o monitor de turismo estará habilitado para realizar suas atividades apenas dentro do espaço cultural onde atua. Por exemplo, museus com visita mediada, parques temáticos com apresentação dos setores daquele local ou teatros e centros culturais que realizam visitas guiadas em seus espaços. Nesse caso, o próprio profissional guia de turismo poderá atuar como monitor de turismo em determinado local de interesse cultural, porém, o monitor de turismo não poderá realizar as atividades de guia de turismo sem a devida formação técnica e cadastro junto ao Cadastur.
Outras duas atividades relacionadas ao turismo e incluídas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) são as de condutor de turismo de aventura (CBO 5115-05) e condutor de turismo de pesca (CBO 5115-10).
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É responsável por guiar clientes em atividades como escalada, trilhas, rafting, entre outras atividades esportivas não competitivas, com o objetivo de lazer e entretenimento. Esse profissional fornece informações sobre as atividades e os riscos envolvidos, organiza a logística garantindo a segurança do grupo, monitora o uso de equipamentos e orienta sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPIs e Equipamentos de Proteção Coletiva – EPCs, realiza manutenção básica dos equipamentos e segue as normas de segurança e preservação ambiental relacionadas ao turismo de aventura. Essa é uma formação complementar, ou seja, a profissão de guia de turismo não habilita o profissional para atuar como condutor de turismo de aventura. Caso você tenha interesse nessa formação, poderá buscar informações no site do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), criado pelo Governo Federal, ou no site da Abeta (Associação Brasileira de Ecoturismo e Turismo de Aventura). Existem escolas privadas que oferecem a formação, porém é importante investigar a idoneidade da instituição de ensino.
O condutor orienta clientes em atividades de pesca amadora ou esportiva, explicando sobre a atividade, equipamentos e vestimentas adequadas, além de alertar sobre os riscos e a importância da conservação ambiental. Ele organiza a logística da atividade, verificando a quantidade de participantes e os detalhes do passeio, definindo roteiros e locais propícios para pesca, além de providenciar veículos e equipamentos. Durante a atividade, presta apoio auxiliando na escolha e no uso dos equipamentos de pesca, como vara, carretilha ou molinete, linha, iscas de pesca vivas e artificiais e outros itens, conduzindo o grupo por áreas indicadas para pesca, banhos e mergulhos e oferecendo informações históricas sobre a região. Também é o responsável pela segurança, monitorando o grupo, alertando sobre possíveis perigos e prestando primeiros socorros se necessário. A formação como condutor de turismo de pesca é oferecida pelo Ministério do Turismo e por meio das Secretarias Estaduais de Turismo. Existem escolas privadas que oferecem a formação, porém é importante investigar a idoneidade da instituição de ensino.
Estando apto para entrar no mercado de trabalho, você escolher a forma mais apropriada para desempenhar suas atividades. Alguns profissionais escolhem trabalhar como guia de turismo apenas como complementação de renda, outros escolhem como atividade profissional principal. Em ambos os casos, você poderá trabalhar de forma autônoma ou no formato de relação de trabalho, prestando serviços para agências de viagens e operadoras de turismo, ou ser um empreendedor individual. Veja a seguir as diferenças desses formatos de trabalho.
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No trabalho como profissional autônomo, comum na profissão de guia de turismo, a remuneração acontecerá no formato de diária de trabalho. Ao contrário da relação de emprego, na qual é acordado um salário mensal para o guia de turismo com vínculo empregatício na empresa, os valores pagos para o profissional autônomo são de acordo com a jornada de trabalho executada. É comum a cobrança para serviços prestados com duração de 4, 6 ou 8 horas. É a chamada “diária de trabalho” na profissão. Os sindicatos regionais de guias de turismo são responsáveis por organizar a tabela de valores sugeridas para a cobrança dos serviços de guiamento e acompanhamento de pessoas e grupos, atendendo às realidades regionais conforme salários, custo de vida e outros fatores. A seguir, veja a tabela do Sindicato de Guias de Turismo do Estado de São Paulo.
Tabela intitulada “Tabela Referencial de Remuneração dos Guias de Turismo do Estado de São Paulo”, fornecida pelo Sindicato Estadual dos Guias de Turismo de São Paulo. A tabela exibe diferentes tipos de serviços prestados por guias de turismo, divididos em colunas que indicam o valor para “trabalhos em português” e “trabalhos em outros idiomas”, além de uma coluna de “observações”. Principais informações da tabela: Transfer in/out (CGH, GRU e VCP): R$ 100 por hora (em português) e R$ 126 por hora (em outros idiomas), com mínimo de 3 horas de serviço; Transfer in/out: R$ 137 por hora (em português) e R$ 172 por hora (em outros idiomas), mínimo de 5 horas de serviço; City tours (3, 4 e 8 horas): valores variam entre R$ 237 e R$ 758 (em português) e R$ 298 a R$ 953 (em outros idiomas), dependendo da duração do tour; Coordenação de grupos: R$ 126 por hora (em português) e R$ 158 por hora (em outros idiomas), mínimo de 3 horas de serviço; Guia com veículo próprio: R$ 168 por hora; Viagens nacionais: R$ 506 por diária (em português) e R$ 632 por diária (em outros idiomas), com observações sobre acréscimos para refeições; Internacionais América do Sul: USD$ 150 por diária; Observações adicionais incluem valores extras para refeições (café, almoço e jantar) e despesas de hospedagem.
Perceba, na tabela, que são descritos valores diferenciados de acordo com o tipo de serviço prestado, o tempo de duração da atividade e o idioma empregado nos serviços. A tabela é uma referência para que os profissionais possam guiar-se por ela no momento de cobrar pelo seu trabalho, porém não é obrigatória a prática desses valores, podendo ser acordados valores superiores ou inferiores aos descritos. No entanto, é importante valorizar a categoria de guias de turismo, estabelecendo vínculos efetivos com os sindicatos e a luta por melhorias nas condições de trabalho.
Outro fator importante é atentar-se para a sua realidade regional, lembre-se de que cada estado é responsável por estabelecer sua tabela referencial, sendo assim, verifique no sindicato de guias de turismo da sua região quais são os valores praticados. Ao cobrar pelos seus serviços, considere os custos com deslocamento, alimentação e hospedagem, de acordo com o roteiro de viagem e as combinações feitas com a agência/operadora de turismo.
A formação do guia de turismo no Brasil é reconhecida em nível técnico e deve atender a uma série de critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). O curso técnico de guia de turismo, que envolve uma carga horária mínima de 800 horas, inclui temas como geografia, história, legislação e técnicas de guiamento, com foco em preparar o profissional para atuar em diferentes contextos turísticos.
Essa formação técnica, além de atender às exigências legais, prepara o profissional para lidar com as complexidades do turismo contemporâneo, que exige do guia de turismo competências distintas e das mais variadas naturezas, como preparo físico para desenvolver atividades de caminhadas em ambientes urbanos ou naturais, comunicação clara e objetiva no trato das informações, inteligência emocional para lidar com situações adversas, conhecimentos em primeiros socorros e legislação nacional e internacional para prestar assistência às pessoas, além de conhecimento em história e geografia, entre outros conhecimentos específicos do nicho de atuação do profissional.
A profissão também requer um constante processo de atualização e capacitação, considerando as mudanças no mercado de turismo, as novas demandas dos turistas e as regulamentações legais impostas pelos órgãos federais, estaduais e municipais.
Desse modo, a formação continuada é essencial para o profissional, pois o turismo é uma área em constante evolução, em que o conhecimento histórico, cultural e natural precisa ser atualizado e ampliado para atender às demandas de turistas cada vez mais exigentes e informados. Cursos e leituras voltados aos aspectos históricos e culturais das regiões visitadas permitem que o guia forneça informações detalhadas e contextualizadas, enriquecendo a experiência do turista. Além disso, a compreensão profunda da geografia e da natureza local é fundamental para a realização de atividades ao ar livre, garantindo a segurança e a qualidade das informações transmitidas.
Outro aspecto importante é a atualização em idiomas, já que o turismo internacional exige que o guia se comunique de forma clara e eficaz com turistas de diferentes nacionalidades. Cursos de idiomas são indispensáveis para ampliar as oportunidades de atuação do guia e facilitar a interação com o público. Nesse caso, verifique a realidade da sua região e a necessidade de se qualificar em determinado idioma, isso inclui a linguagem brasileira de sinais (Libras), tornando seu trabalho mais acessível para diferentes perfis de públicos. Além disso, investir em habilidades de dicção e oratória contribui para que você transmita informações de maneira envolvente e assertiva, proporcionando ao turista uma experiência mais fluida e agradável.
Por fim, o aperfeiçoamento profissional também passa por desenvolver novas competências em tecnologias e mídias digitais, que são cada vez mais utilizadas na promoção de destinos e no atendimento aos clientes. Estar atualizado sobre as tendências de mercado, frequentar cursos e participar de eventos do setor de turismo podem ajudá-lo a se destacar e garantir um serviço de qualidade. A formação continuada é, portanto, não apenas uma necessidade, mas um diferencial competitivo na sua carreira como guia de turismo.
Conhecer as suas atribuições e os diferentes tipos de serviço, como city tours e excursões nacionais ou internacionais, é fundamental para que você possa atender as diferentes demandas do mercado de trabalho no setor do turismo. Esse mercado está em constante expansão e evolução, com diversas oportunidades de atuação para o guia de turismo que busca se especializar e inovar. Ao investir em formação e capacitação, você poderá explorar áreas específicas, como turismo de aventura, ecoturismo, turismo de pesca, entre outras possibilidades, ampliando seu leque de serviços e agregando valor ao seu trabalho.
Por isso, o conhecimento profundo de sua região e o que ela tem a oferecer, bem como a habilidade de se adaptar a diferentes contextos, são decisivos para o sucesso na carreira. Não limite sua formação como guia de turismo ao básico, continue buscando novos conhecimentos e especializações que possam enriquecer sua prática profissional. Invista em cursos, capacitações e experiências que aprimorem suas habilidades e ampliem suas possibilidades de atuação, tornando suas conduções mais atrativas e seguras para os turistas.